Resumo
O presente artigo teve como objetivo analisar a atuação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) em Caxias - MA na década de 1970, em relação a pauta de direitos humanos, definidas pelos grupos de resistência ao modelo político autoritário no país. As CEBs “são comunidades atuantes socialmente, que em certos lugares são o único canal de expressão e mobilização popular. Organizam abaixo-assinados, trabalhos conjuntos, roças comunitárias, caixas comunitárias, iniciativas de resistência à exclusão das terras, entre outras atividades sociais. Mesmo quando há outros movimentos populares, as CEBs colocam-se em articulações com estes, fornecem membros e lideranças, apoio e críticas (BOFF, 1982, p.201) ”. Desde a década de 50, a Igreja apoia, no Maranhão, a organização sindical, principalmente aos trabalhadores rurais, principais atores dessa história de criação das CEBs. A “opção preferencial pelos pobres” concatenou-se a um estilo de ser Igreja baseado nas Comunidades Eclesiais de Base, que foram bastante difundidas no Maranhão e especialmente em Caxias, desde os anos 70. A dimensão política das CEBs contribuiu significativamente no processo de formação das lideranças do movimento social, inclusive, nos sindicatos. Essas comunidades mobilizavam-se a partir de grupos de rua, associações, círculos bíblicos, cursos, núcleos familiares, entre outras formas, incorporando a metodologia educativa de Paulo Freire e despertaram a consciência crítica da população caxiense para uma melhor qualidade de vida, com anseios e esperanças libertadoras. Para a concretização deste trabalho, foram feitas pesquisas tanto bibliográficas como de campo; usou-se os seguintes autores: (BARBOSA, 2007); (PEREIRA, 2013); (SILVA, 2002) que trabalham com essa temática; e como fonte principal, uma entrevista com uma das integrantes e organizadoras das Comunidades Eclesiais de Base na cidade de Caxias: dona Eulina Moraes da Silva.