Resumo
A partir de um breve percurso biográfico de José Relvas, com enfoque no seu envolvimento no associativismo agrário, analisaremos o seu papel como líder vitivinícola em três momentos chave, nas vésperas da revolução republicana (1907/1908); em anos de crise do novo regime republicano (1914/1917); e após o colapso deste, quando a ditadura se consolidava (1927/1929). As formas de mobilizações das elites agrárias nos três momentos diferentes de contestação por parte dos vitivinicultores do Centro e do Sul, aparentemente, foram idênticas, tendo as reivindicações económicas, de certo modo, se associado a diferentes agendas políticas, com sucessos variáveis. De que modo, as comunidades e elites rurais foram protagonistas de momentos revolucionários a partir de “lutas agrárias” e qual particular preponderância de José Relvas como um dos líderes desses processos, ao mesmo tempo que se reivindicava de um discurso conservador e liberal, serão os problemas a que procurámos dar respostas.
Palavras-chave: República; republicanismo; agrarismos; viticultura; José Relvas.